A garota, menina, mulher.

Ela acordara pra mais um dia, seus cabelos cobriam seu rosto. Ela despertara de um sonho que nem se lembrava, mas deixava-a confusa com alguma coisa. Era normal acordar assim, logo se levantou e foi para o banho. Era sempre a parte mais relaxante e desestressante do dia ou de qualquer hora que fosse fazer isso. A água escorria em seu corpo, ela não ligava tanto para as marcas que o seu corpo tinha. Sabia que era uma mulher, e assim tinha defeitos como qualquer outra. Talvez até uma mulher diferente das outras, desprendida. Passava xampu em seus longos cabelos, era trabalhoso.
Mas se orgulhava de tê-los, alguns homens até a admiravam por isso. Por ser lindos e caírem bem.
Logo ela estava a se trocar e sair por aí, gostava de perambular pelas bibliotecas e sebos pela cidade.Cada descoberta era como encontrar o nirvana, uma paz espiritual completa, ficava por horas e horas ali. Queria mesmo ficar descalça e com seus longos vestidos floridos passeando pelo sebo, encontrando coisas “novas” e úteis para ler e ouvir ao fim de tarde. Mas se você me perguntasse se ela trabalhava para manter isso, ela diria que eram meros detalhes sórdidos de uma rotina qualquer. E aqui estamos falando dela, somente dela. Adorava compartilhar ideias e tomava sempre a mesma bebida, as vezes fingia estar bêbada e outras estava em outro planeta. Todos que se relacionaram disseram que ela é de outro planeta. Ela poderia falar de qualquer assunto por horas, mas você a via mais observando as pessoas a conversar. Ela fechava um olho e os observavam, depois trocava, dava um trago em sua bebida e depois alternava de olho. Gostava de ficar na ponta dos pés, parecia uma bailarina francesa, era pequena e tinha um sorriso torto. Se você acha que eu a conhecia bem, eu diria; Não, nunca troquei nenhuma palavra.
Ela tinha uma voz comum, o seu tom era bonito e tinha umas pausas para respirar. Seu pescoço era realmente bonito, mas eu não era nenhum tipo de psicopata ou alguma pessoa com fetiches estranhos. Aliás essa história não é minha. Ela tinha amizades de todos os lados, qualquer tipo de pessoa e estilo ela tinha amizade. Hoje em dia era fácil você saber qualquer coisa das pessoas, um pouco assustador se parar pra pensar. Mas todos nós estamos expostos. Eu sou um pobre desempregado procurando uma vida financeira agradável, mas se você me perguntasse se eu estou apaixonado por ela eu diria; Não mesmo, acho que admiração não é uma coisa que escolhemos, às vezes nos recusamos a aceitar. Mas não dói nada.
Ela era uma garota admirável, estudava e trabalhava. Mas seu grande prazer era tá com quem ela gostava, ouvir as suas músicas favoritas e ler um bom livro. Os seus vestidos variavam, eu bolei uma ideia que era por humor. Mas logo vi que não, quando ela parecia com vestidos floridos e coloridos ela só poderia estar contente, mas geralmente estava séria e pedia cigarro de filtro vermelho. Mas quando estava com vestidos com cores neutras e vinha sempre sorridente tentava acertar o nome do cara da banca. Ele dava um sorriso amarelo e tímido e dizia que tava tudo bem. Ela mantinha o alto-astral e pedia balas de tamarindo e cigarro de filtro branco. O seu perfume mudava poucas vezes e logo que ela saia o cheiro do seu perfume e do seu cabelo ficava por lá.
Gostava de música internacionais e cantarolava bem letras em inglês, mas era apaixonada mesmo por música brasileira. Caminhava com passos leves até quando embriagada. Era engraçado a vê-la com seu namorado ou sei lá o que seja. Bom, os dois não combinavam, mas eu já vi esse filme antes. Os dias são sempre corridos e às vezes ela quer compartilhar coisas por aí. Um dia você possa ler e pensar que possa existir milhares dessas meninas por aí ou só ser mais uma história qualquer.

Magno Silvestre

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