Devaneio.

Desatei os nós que nos prendia, de um desatino sem fim

Revisei meus sonhos aos teus, me cobri de esperanças...

E os dias passaram a ser noites, e nas horas já não te encontravas mais.

Minhas perplexidades acabaram se tornando vagas ao tempo,

De que o tempo me tornei inimigo, que a saudades lhe tenho afeto.

Deve ser por que antes lhe tinha aos meus dedos, e agora estão vazias

Como se o vento que empurra as cortinas, e deixasse a saudade entrar.

Que digo mais uma vez, ela não está presente, ela é aquilo

Que quando olhar pro lado, já se foi...


Desço a rua, sem poder notar, como o dia se foi, como será

E na angústia de saber, como eu sou, e quem serei...

Deixa estar, mais uma vez, me vejo aqui, escrevendo cartas.

E me vendo distante n’um reflexo, do espelho, já não me tenho mais,

Já não te tenho mais, não adianta dizer, ninguém fez valer

E desperdiçou as chances dadas ao presente.

Mas agora já passou, tornou-se passado, e os versos se apagam

A cada piscada, de quem não viveu, e nem viverá

Pra saber, como a chuva desce, e molha aqueles que estão a sua espera.


Ass: Magno Silvestre

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