Rotina
Meus óculos sujos, com marcas de dedos
Minha mesa bagunçada recheada de papéis
Um copo vazio, esperança longe dos quarteirões.
Um dia quente, como de se esperar.
Uma rotina cansativa, olhos entreabertos
Cobertor perdido, tudo em silêncio.
As horas voam, fiquei parado
Café frio, meus pés no chão
Não sinto a brisa, nem me avisaram
Que o dia acabou.
Sinto medo, sinto fome
Sinto anseio, sinto cheiro
Sinto enjoo, sinto a tristeza...
Batendo a porta, de quem se foi
Vai ter que ser na saudade
Vai ser com o tempo
Incondicionalmente rotineiro, meu desejo de viver.
Magno Silvestre
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