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Mostrando postagens de março, 2014

Adormecer.

Mundo, soterrai-me de solidão O amargor da contramão Desejo incontrolável de viver. O que podes fazer, se o teu coração Caiu em desatenção, com o afago que lhe dei? Mau uso do olhar, te fez suspirar e dormir outra vez. Paz, onde devo lhe encontrar? Talvez de tanto procurar, devo ter esquecido de viver. Caiu mais uma vez, no mergulho do altar da nitidez. Foi bom enquanto durou, o sonho que sonhastes. Mas agora que acordou, terás que viver. Quem serás eu? Um peso de viver do adeus. Magno Silvestre

Conhecer-me

O mundo em guerra, e eu querendo ter paz. O vazio que nos preencha de gás. O amor que se esvai, ficamos a sós. Esperando o dia raiar, logo após. O sorriso de quem se foi. Olhar desesperado da partida. O suspiro do adeus. Conversas de botas batidas. Do amargor de viver é aprender mais um pouco. Do pouco, do rouco, a gente quer se ver de novo. O afago insuperável a gente se torna transmutável. Transcendendo a lucides do que é ser amável. Não supliquei e nem implorei pro passado. As águas de Março chegaram. Transbordando minhas indecisões. Pra quê tantos refrões, se a música nem começou? Eu escrevo pra não esquecer, eu parei um pouco de beber. Eu quero me conhecer, pra poder não ter que perder. De novo. Magno Silvestre

Amar-GOr

A gente nunca sabe onde as coisas vão parar, o ponto de inicio, um momento consagrado por todos. A gente nunca sabe quando morre, quando subimos no avião, queríamos estar do lado de fora. Pois agora viajar não faz mais sentido, acordar todos os dias dói os olhos. Deixamos as coisas acontecerem, vemos o tempo passando lentamente, sentimos a onda lavar nossos pés. E quando nada mais pode acontecer, o mar já secou. Já não queremos magoar mais ninguém, se distanciar é uma doença corrosiva. Mas dizem que faz bem, porém quando esperávamos tanto pelo rosto alegre, a gente quer apenas dormir dessa vez. A cena continua dias seguidos, como um filme repetido na TV. Os jornais sangram com as manchetes, e nenhuma notícia de você. A gente planeja pra quê? A gente chora mas quer ver o outro feliz, o loop infinito da vida. A gente... A gente, estamos a sós. Magno Silvestre