À Nota

Tento enxergar o horizonte na dobra do mar, um gostinho de sorriso que eu possa dar.
Um pouco de mim, sem saber quem eu sou. Perdido na noite, um passo em falso posso cair.
Não quero me despedir, nem dizer que eu não tentei. Não quero desistir achar que não foi dessa vez.
Mas pode ser o certo, o errado talvez eu não sei. “Já passou, agora bola pra frente”. Não.
Não dá pra simplesmente fechar o poço e continuar vivendo, como vou matar minha sede?
Não sou uma boia pra nunca submergir, vou tirar a corda em meu pescoço, que eu mesmo pus.
Não quero ser um anotado numa agenda lotada de ideias e rabiscos, prefiro ser esquecido num papel
Atrás do armário, quem sabe eu perceba que nunca fui um otário, por querer.

Eu quero ver a água molhar meu calcanhar
E poder refrescar o que eu tenho dentro de mim
Sair daqui, vamos pra outro lugar.
Mudar os móveis de lugar, nunca vai me ajudar.
E não vou partir, sem saber o que eu faço aqui.
Já não chamo a minha casa de lar, talvez ele esteja dentro de mim.
Mas perdi as chaves e não quero mudar.
E arrombar a porta só vai me trazer mais confusão.
Já me cansei de pedir tanto perdão, em vão.

Magno Silvestre

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