Centro da Cidade

texto de 2012

Balançava-me no ônibus rumo ao centro da cidade,

Meu estômago queimava, estava com fome e cansado.
Permanecia de cabeça abaixada e com os meus fones de ouvido.
Evitava olhar para as pessoas em suas rotinas e não queria quebrá-las
Com um simples olhar de uma pessoa sem rotina, isso destruiria qualquer
Tipo de salvação. Mas sabemos, que não existe salvação.
Vivemos para cumprir objetivos, priorizamos pedaços de papeis
Damos valor à isso e matamos também.
Colocamos o pé na frente e cuspimos em rostos alheios.
Somos de uma natureza bela e admirável, nem sequer precisamos pensar.
Para quê?
Na decida meus olhos ardiam com a poluição, respiro fundo e estou pronto para viver.
Esse ar contagioso e imundo que respiramos, não sabemos o que é puro.
Paro em uma lanchonete e peço o meu lanche, saio antes que possa ver algum inseto,
Quero acreditar que não exista e possa me iludir com isso.
O sol queimava o meu corpo, sentia-me um dejeto energúmeno nas ruas do centro.
Não me sentia diferente de outra pessoa daqui, todos somos iguais.


Magno Silvestre

Comentários

  1. Todos nos vemos tristemente iguais alguma hora da vida...
    E eu tbm detesto o centrou meu amigo.

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