Carta para voltar.

Eu o conheci há muito tempo atrás.
Eu nem me lembro o motivo, mas algo nele me atraiu, era diferente.
Ele não pensava como os rapazes de sua idade, as vezes muito calado.
Pensei: “Perfeito.”
Fui me aproximando como não queria nada, ele me deu espaço.
Quanto mais espaço ele dava, eu crescia. Ele me alimentava, eu adorava.
Já discutimos tantas vezes, mas ele sempre me abraçava ao final.
Dizia que eu era a mais verdadeira de todas. E chorava.
E mais uma vez, eu crescia. Eu sentia que ali era o meu lugar.
Não precisava de mais nada, só dele.
Teve uma vez que ele quase satisfeito, comigo, resolveu escrever.
Acho que ele precisava de uma válvula de escape.
Ele começou escrevendo coisas embaraçadas, mas logo pegou forma.
E aí foi, escrevia, uma à duas vezes por dia. Mas eu continuava crescendo.
Ele começou a pegar mais afeto a mim. Me brindava, ao beber com os amigos.
Brindava mentalmente.
Outras já tentaram pegar o meu lugar, mostravam caminhos diferentes pra ele.
Ele até que já tentou, mas sempre acabava comigo.
E quando ele via elas com outros, ele sentia repudio, incomodava-o.
Ele tentava entender como era possível viver com elas.
Pois sempre vivera comigo. Mas ultimamente tem sido diferente.
Todas as vezes que brigávamos ele levantava e saia.
Passava dias sem voltar, mas voltava sem avisar. E eu derrubava ele, falava que não era assim.
Mas ele luta comigo, diz que eu tenho que ir. Mas eu bato o pé e digo que tenho que ficar.
E novamente ele ia embora. Ele conheceu alguém, que ainda não sei quem é.
Ele agora trabalha, passa semanas sem voltar. Mas quando eu encontro-o,
faço questão de derrubá-lo com toda a minha força.
Não é assim que você vai se livrar de mim.
Eu sou mais forte que você.
Você fala pra todos fugirem de mim.
Mas sabe que eu amo você.
Volta.


Ass: Tristeza.


Magno Silvestre

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