Essa Carta É Sobre Você

Vejam bem, isso não é uma carta derradeira de amor.
Talvez, uma chance de pedir perdão, por algo que não tenha mais razão.
Sinto o peso.
Sou o rapaz que escreve cartas para se justificar, mas as vezes não.
Quando fica entalado algo no peito e vai subindo até a garganta.
Aí então, preciso escrever. 
É assim.
Eu a tenho em minhas palavras, pensamentos e sonhos.
Não é algo que quero perder, nem esquecer.
Esquecer está fora de cogitação.
A origem disso tudo, é que não consigo parar de pensar em você.
Nem um segundo, consigo ouvir tua voz ecoara na minha cabeça.
Teu sorriso logo vem preenchendo tudo.
Tudo soa clichê demais. 
Eu sei.
Mas essa carta é sobre você.

Longe de qualquer enredo melodramático, 
tento escolher as palavras certas.
Prefiro não estar certo nunca, 
estar certo me faz perceber
Que longe ou perto, parece que sinto você.
Uma energia que beira a espiritualidade, afinal, estamos vivos?
Eu quero acreditar que sim, mas também, devo ter morrido centenas de vezes.
Odeio comparações, mas devo admitir, sou diferente de qualquer pessoa que conheço.
Semelhanças são meros detalhes vazios, nisso ninguém vai mudar minha opinião.
Mas desses detalhes vazios dos quais descrevo, são deles que sinto mais zelo.
Tento lembrar de cada parte sua.

Tua pele que parece estar sempre arrepiada.
Duma textura, que até então, nunca sentira.
O tato que por muito, pode dizer.
Teu corpo é um emaranhado de palavras que ainda não decifrei.
Nelas me perco tentando te descobrir
E que cada descoberta, faz-me sentir insuficiente.
Talvez seja só minha incapacidade de ser um homem viril
Sinto que cada toque vou perdê-la de vez
E vou mesmo, por que jamais iria prendê-la a mim.

E por fim, não posso esquecer de falar sobre o amor.
Uma chama que jamais deixarei apagar.
Nela me sustento em paredes, chão, teto invisíveis. 
O amor é algo que não posso ver, mas sinto-o dentro de mim.
Nas coisas ao redor, nas cores, nos cheiros, nos sons.
Nas lágrimas que caem, nas que dependuram-se em meus olhos e,
nas que escorrem de meu rosto.
O amor é tão simples e tão difícil de se encarar.
As vezes queremos deixar de sentir, de amar, de se apaixonar.
Mas logo estamos derramados até a última ponta de nós.
O amor é tudo isso que não podemos sentir.
É a inexistência de nossas palavras.
Na despedida, nos olhares, nos beijos, no toque.

Adeus, o amor também é se despedir. Sim.
É um presagio que a vida me deu demais.
Eu abraço isso como se fosse o ultimo.
Me recuso a dizer que foi pouco.
Você é demais pra esse mundo.
Demais para minhas palavras
Demais para dizer que nunca tentei.
Pois nunca tentei, eu deixei-a ir.
Sim. E te amo, verdadeiramente por saber
Que continuas linda e conquistando tudo.
Nem que leve uma eternidade, como nossas vidas.
Que passam depressa sem esperar o ponteiro do relógio.
O tempo também é amor.
E nele vou estar sempre revivendo você. 


com amor,
Magno Silvestre

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